sábado, 24 de julho de 2010


É numa casa que a gente se sente só. Não do lado de fora, mas dentro. Em um parque, há pássaros, gatos. E de vez em quando um esquilo, um furão. Em um parque a gente não está sozinha. Mas dentro da casa a gente fica tão só que às vezes se perde .
(...) Compreendi que eu era uma pessoa sozinha com minha escrita, sozinha e distante de tudo. Guardei esta Solidão. Ela me acompanha, minha escrita e teu nome com uma evidência inesquecível.
(...) A solidão não se encontra, se faz. A solidão se faz sozinha. Eu a fiz. Porque resolvi que ali eu deveria ficar só, para escrever livros. Foi assim que aconteceu. Eu estava sozinha nesta casa. Eu me fechei - eu tive medo também, é claro. E depois eu amei esta casa. Esta casa se tornou a casa da escrita. Meus livros sairam desta casa. Desta luz também, do parque. Desta luz que reverbera no tanque. Precisei de 20 anos para escrever isso que acabei de dizer.
(...) Nunca fiz um livro que não fosse minha razão de ser na hora em que está sendo escrito.

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